16
February

O que está acontecendo com os Planos de Saúde?

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM OS PLANOS DE SAÚDE?

 

Imagine que você, leitor, consiga reunir um grupo de mil pessoas dispostas a depositar R$ 100,00 em uma conta todos os meses e que esses depositantes terão o direito a usar o dinheiro arrecadado para pagar as suas despesas médicas e hospitalares.

Agora imagine que apenas uma pessoa precise de uma cirurgia cardíaca logo no primeiro mês em que o grupo se formou. Certamente esses 100 mil reais acumulados no primeiro mês, não serão suficientes para pagar as despesas desse único participante. Conta de hospital não se paga com “tapinha nas costas”. Por isso existem as famigeradas carências em planos de saúde.

Não é incomum ver pessoas que aderem a um plano quando a doença já está em estado avançado e que, em virtude de uma negativa de atendimento, por não terem cumprido as carências, recorrerem às liminares que obrigarão a operadora a gastar os recursos guardados para aqueles que esperaram, aqueles que realmente têm direito e que fizeram tudo direitinho.

Essa é a realidade de um setor que engloba um número cada vez menor de empresas.

Um breve histórico de desaparecimentos, fusões, aquisições e desistências:

  • A Blue Life encerrou suas atividades sendo incorporada pela AMIL;
  • A Medial Saúde encerrou suas atividades sendo incorporada pela AMIL;
  • O PHS encerrou suas atividades sendo incorporado pelo São Bernardo;
  • Bradesco Saúde, Sul América Saúde, Golden Cross e Unimed Vitória suspenderam a venda de planos individuais e familiares;
  • Indo um pouco mais para o passado: Alguém lembra da SAMEG, da AMEP, do SEMIC, do ExecutiveMed, do Vita Saúde ou do Total Vida?

 A Agência Nacional de Saúde (ANS) fiscaliza o setor, recebe reclamações e tem poder para fechar uma empresa de plano de saúde e está atuando em algumas empresas de nosso estado.

A SM Saúde vive esta realidade e deve ser incorporada por outra empresa do setor. Há muitas especulações sobre o assunto. Há quem diga que a Unimed Vitória irá assumir a carteira de clientes da SM, ou parte dela, e há quem diga que outra empresa, vinda de fora, assumiria os seus clientes.

A Associação dos Servidores Públicos também está em fase de liquidação extrajudicial e tem um prazo para transferir seus clientes para outra empresa do setor. Caso não consiga cumprir o prazo definido pela a ANS, a própria agência irá assumir o leilão da carteira, à exemplo do que acontecerá com o SM caso não consiga fechar negociação com alguma empresa interessada.

Já a Casa de Saúde São Bernardo, também conhecida como São Bernardo Saúde, está sob direção fiscal da ANS, o que não significa o fim da empresa. Pelo contrário. Isso pode representar um acerto no caminho e a retomada do crescimento. Tudo depende das ações de gestão que a operadora vai realizar e do parecer do Diretor Fiscal da ANS que deverá ficar pronto no fim de março/2014.

Algumas cooperativas médicas também passam por dificuldades, tais como a Unimed Brasília, em situação falimentar, com R$ 220 milhões em dívidas tributárias e trabalhistas no exercício de 2012, a Unimed Paulistana com prejuízo de 120 milhões em 2012, a Unimed São Luiz, dentre outras.

Todas as informações descritas acima podem ser obtidas no site da ANS e têm sido veiculadas nos sites de jornais como “O Globo”, “Estado de São Paulo”, “UOL Notícias”… basta pesquisar um pouco na Internet e as informações vão “saltando” à tela.

As empresas sobreviventes têm atuado com extremo cuidado e cautela para se manterem no mercado, mas os desafios são enormes, e um deles é o envelhecimento de suas carteiras de clientes, mas sobre este assunto escreveremos eu outra ocasião. 

Aos clientes fica um conselho: se quer saber mais sobre o seu plano de saúde, se quer contratar um plano para você, sua família, ou sua empresa, procure um profissional habilitado, de preferência que seja registrado na Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), órgão ligado ao Ministério da Fazenda. O site da ANS (www.ans.gov.br) também é uma boa fonte de informações sobre o setor.